Tavares destacou o potencial da população jovem africana — mais de 50% tem menos de 20 anos — como factor-chave para a rápida adopção de tecnologias emergentes, como a IA. O responsável sublinhou, no entanto, que é fundamental desenvolver uma regulamentação própria, adaptada ao contexto angolano e africano, em vez de replicar modelos europeus ou americanos. “Temos especificidades em telecomunicações e formação que devem ser vistas como oportunidades para criar soluções eficazes e ajustadas à nossa realidade”, afirmou.
A nível global, a regulação da IA já é organizada por níveis de risco — desde usos proibidos, como vigilância massiva, até aplicações de risco reduzido, como filtros de spam ou navegação GPS. Para Tavares, África deve aprender com esses modelos, mas contextualizar cada medida ao seu próprio cenário.
Um dos pontos críticos apontados foi a inclusão digital. Apesar do acesso limitado à internet em algumas regiões, o continente é líder mundial em transações móveis, o que revela o papel estratégico dos telemóveis na promoção da literacia digital e da formação tecnológica.
Sérgio Lopes, CEO da New Cognito, reforçou que a IA deve ser encarada como uma aliada, não como uma ameaça. “A Inteligência Artificial não elimina empregos, mas transforma funções. É uma ferramenta que aumenta a nossa eficiência e criatividade”, afirmou, frisando que o talento humano continua indispensável: “A IA amplia o potencial do artista, mas não o substitui.”
