A decisão judicial surge após os advogados de Hannibal Khadafi denunciarem o agravamento do seu estado de saúde na cela onde se encontra preso, em Beirute. A Líbia já havia solicitado formalmente a sua libertação em 2023, alegando razões humanitárias, depois de Khadafi entrar em greve de fome em protesto contra a detenção prolongada.
Na sexta-feira, o juiz Zaher Hamadeh interrogou o detido no Palácio da Justiça e determinou a sua libertação mediante o pagamento da fiança e a proibição temporária de viajar para fora do Líbano. A defesa anunciou, contudo, que vai recorrer da decisão por considerar “injusta e desproporcional”, afirmando que Hannibal não tem acesso a contas bancárias nem meios financeiros para arcar com o valor imposto.
Preso desde 2015, após ser raptado por militantes libaneses, Hannibal Khadafi tem sido interrogado ao longo dos anos sobre o desaparecimento do clérigo xiita Moussa al-Sadr, ocorrido em 1978, durante uma visita à Líbia. O caso é sensível no Líbano, onde a família do religioso ainda acredita que ele possa estar vivo.
Paralelamente, o comando militar dos Estados Unidos em África (AFRICOM) anunciou que a Líbia será uma das bases do exercício militar anual Flintlock 2026, com o objectivo de reforçar os laços de defesa e promover a unificação das instituições militares líbias, divididas desde 2014 entre o Governo de Trípoli e as forças do marechal Khalifa Haftar, sediadas em Bengazi.
Desde a queda de Muammar Khadafi, em 2011, a Líbia vive um período de instabilidade política e institucional, caracterizado por divisões internas e influência de potências estrangeiras no seu território.